Representantes de empresas estrangeiras da indústria fotovoltaica apontam como irreversível o crescimento da fonte solar no Brasil. A avaliação é de que esse tipo de geração está mais bem posicionada para atender a futura demanda do país, especialmente com uma maior tendência de abertura do mercado livre de energia.
“Atualmente, se discute converter o setor solar como um dos motores de crescimento da economia global. Dentro desse cenário, o Brasil deve seguir por esse caminho com menor resistência. O país tem uma matriz favorável para a ampliação da geração renovável”, declarou o diretor regional da Soltec Trackers, Carlos García Mena, durante o webinar Energyear.
“O Brasil enfrenta uma situação econômica talvez pior que a internacional, pelo impacto que a pandemia trouxe. Fala-se que pode não haver leilões de energia em 2020. Acredito que o mercado livre é maduro o bastante para compensar essa possível interrupção e estou convencido que o setor solar vai ser um condutor para a retomada econômica do país”, afirmou o executivo.
O diretor de energia da Elecnor do Brasil, Javier Angoso, entende que a energia solar será fonte com a maior taxa de crescimento no país nos próximos anos. “Havendo crescimento do PIB, a demanda maior será da fotovoltaica, independentemente dos mecanismos de subsídios. É uma revolução tecnológica sem volta, que traz eficiência e economia. A matriz do Brasil é muito forte em hidrelétricas, que é uma fonte que supre algumas carências da solar.”
A diretora de promoção do Brasil da Powertis, Daria Langenberger, avalia uma tendência de crescimento da fonte dentro do ambiente de livre contratação. “O setor energético brasileiro passa por um período de modernização da regulação e a geração solar faz parte desse processo. O principal segmento de crescimento da fonte será o mercado livre.”
“Haverá um desenvolvimento de novos modelos de negócios, mudanças para contratos de curto prazo, geradores atuando como comercializadoras e implementação de sistemas de autoprodução. Creio que há um avanço muito positivo no setor de energia do país, com uma colaboração importante entre agências e players rumo a um mercado mais livre e desregulado”, completou Daria.
Mena destacou que empresas estrangeiras ainda enfrentam grandes entraves para ingressar no mercado brasileiro. “São muitas barreiras que devem ser compreendidas, como regras de conteúdo local, regulação e particularidades fiscais e tributárias. Não é um mercado transitório, necessita de uma operação de longo prazo com toda uma estrutura. É um país em que acreditamos muito e está sempre entre as prioridades nos planos de crescimento da empresa.”